Gostava de dizer que neste dia, de um metro em Carcavelos simplesmente lindo, apanhei a única onda perdida de metro e meio que entrou, arranquei logo dentro do tubo, andei, andei, caiu uma secção aparentemente impossível mas dei uma bombada e... saí de braços no ar extasiado. Depois tentei dar um carve mas a adrenalina era tanta que o corpo descoordenou-se todo e dei um papel medonho. Debaixo de água, no turbilhão, levei com a prancha na boca. Resultado, um lábio todo lixado. Gostava...
Mas a realidade é outra e bem mais estúpida!
Depois de uma surfada em Carcavelos, um metrinho curtido mas nada de outro mundo, saio da água, dispo o fato e meto-me no carro para ir para a redacção. Atrás de mim, uma carrinha das obras estava estacionada. Marcha atrás, torce para um lado, mais um pouco para a frente, torce para o outro, marcha atrás e o raio do carro parecia estar apaixonado pela traseira da carrinha (que nem percebo porquê pois era velha, amolgada e descaída). No meio de mil manobras lá consigo o ângulo perfeito para proibir o namoro do meu carro com a velha e senil carrinha. Mas, para confirmar, peço aos senhores das obras para confirmar se o carro passa. Uso a linguagem gestual para perguntar "Passa?". Um dos nobres obrários responde-me prontamente: "Passa, passa, fod€-m€ a carrinha que eu f#d#-t€, azelha do c@r@lho!!!". Por um milésimo de segundo pensei, este gajo esteve a cheirar pó das obras a mais. Depois analisei os meus movimentos, demorei 1 minuto a encontrar o angulo logo não devo ser assim tão azelha, não lhe toquei na preciosa viatura logo ele deve estar é mal com a vida. Abro o vidro e respondo:
- "Amigo calma que não se fala assim com as pessoas. Só lhe pedi para me confirmar se..."
- "Vá passa lá com essa m€rd@.", responde-me a persongem (real!).
- "Ouça lá mas andei consigo na escola para me falar assim? Tenha calma, não se enverve que ninguém lhe fez mal nenhum. Tá mal com a vida não tenho culpa!"
- "Passa c@r@lho, tira lá essa m€rda já disse!!!"

- "O que me chamaste? Repete lá isso!"
- "Chamei-lhe tanto como me chamou a mim."
- "Repete lá isso vá!!!", gritava a personagem tresloucada e a empunhar o serrote.
Neste momento percebi que o homem tinha passado o control da sua (grande!!!) mente. Juro que percebi que não ia sair dali sem ele me tentar dar uma "serrotada". Tinha duas hipóteses, ou arrancava e atropelava o bicho ou tentava domar a fera...
- "Vá acalme-se lá que já estamos nisto à tempo a mais!"
- "REPETE!!! Tás com medo é?"
- "Não, não 'tou com medo nenhum! Vá acalme-se lá!
E meto a primeira para arrancar. É nesse momento que a personagem percebe que era a sua última hipótese de mostrar o machão que era para os seus compinchas "obreiros" e, antes que eu arrancasse, espeta-me uma bela cotovelada no lábio inferior.
Um pouco de sangue e um lábio inchado foram as consequências imediatas. Páro o carro, saio e dirigo-me ao homem. À minha mente rapidamente vieram duas hipóteses: ou me meto à porrada com o bicho e em dois tempos o pessoal do antigo Tricana apercebe-se e, quando der por mim, o desgraçado está no chão a encher que nem um cabrito de 10 gajos e só acorda no hospital ou, como a violência nunca resolveu nada e só atrai violência, saco do telemóvel e chamo a bófia. Assim, com um plano em mente, chego ao pé da besta e digo-lhe:
- "Meu amigo, você acabou de fod€r a sua vida... É que não só me agrediu fisicamente como, para piorar, estava em pleno horário de trabalho. Agora, meu amigo, além de um ida ao tribunal, provavelmente também vai perder o emprego. E eu só me vou rir que nem um perdido quando isso acontecer. A violência é e sempre foi a arma dos fracos!"
Claro que o homem se armou em herói e que com a polícia podia ele bem, os seus compinhchas disseram que não viram nada, ele ainda foi dizer que sabia lá se eu já não tinha o lábio assim e blá, blá, blá. Lá chegou a polícia, apresentei queixa, e agora aguardo que a justiça tome o seu rumo (ok, daqui a 2 ou 3 anos terei novidades para vocês :)). Uma coisa é certa, além de neste momento o homem ficar, garantido, com um belo de um registo criminal (se já não tiver nenhum, o que só agravará a pena!) está prestes a, segundo sei, ir para o olho da rua!
E pronto, é esta a história fabulosa deste lábio inferior!
Para quem se preocupa com o meu bem estar, neste momento já não tenho de usar palhinha para beber, já consigo comer no mesmo tempo que qualquer pessoa com lábios sãos e falar sem me babar todo.
PS - Ainda hoje desconfio que o "senhor" das obras era um leitor afincado da ONFIRE e a razão da sua revolta interna naquele dia era o facto da revista ainda não ter saído. Mas isso já são teorias imaginárias da minha mente...
POR: GASTÃO
ahahah puto! CURA-TE!
ResponderEliminarEXCELENTE! Gastão... boas ondas mano!
ResponderEliminarContinua.
Tu e todos os da CSA, força!
VENERO-VOS
Tinhas meeesmo de por uma foto dos teus beissos?
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