sexta-feira, 18 de junho de 2010

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Arctic Surf - Hugo Conde


Hugo Conde - Carcavelos Surf Amateurs.

domingo, 16 de maio de 2010

Parabens (atrasados) Carol


PARABENS ATRASADOS, CAROL!


Estes parabens, como não são dados no dia, não são parabens pelos teus 17 anos.

São parabens por seres como és e por seres uma pessoa UNICA neste mundo.

Parabens por estáres sempre lá (ou cá).

Parebens por fazeres rir melhor do que ninguem.

Parebens por dizeres o que é preciso dizer quando é preciso dizer.

Parebens por seres sincera.

Parabens por seres diferente.

Parabens por teres um enorme, gigantesco coração.

Parabens por seres multi-funções.

Parabens por não saberes (mas tentares) cantar.

Parabens por não desistires dos teus sonhos.

Parabens por meteres a amizade primeiro que tudo o resto.

Parabens por não te importares com o que os outros pensam.

Parabens por aguentares as desilusões e meteres um sorrizo na cara só para nos veres bem.

Parabens (e OBRIGADO) por nos fazeres bem.

Parabens por interpretares esse papel dificil e atarefado de Carol todos os dias.

Parabens por amares o mar.


(lista infinita)


Parabens, Parabens, Parabens...


Queremos muitos mais anos contigo.



Amamos-te. (menos o Diogo)


domingo, 9 de maio de 2010

Why do all good things come to an end?

As pessoas caminham lá fora. Moles. Não notam! Não notam, não… Não notam que fala alguém. Mas eu…
Quero acreditar que é apenas mais uma ausência tua. Daquelas em que eu sei perfeitamente que tu estás bem. Seguro. A rir. Daquelas ausências em que um
- éuééé
ou um
- kulunaté vá
chegariam para romper o silêncio e te trazer de novo para junto de mim. Estiveste sempre aqui, comigo, nessas ausências.
- não notam que falta alguém?
Mas eu… estou sentado num café, de café à frente, com café no sangue. Talvez isso me acorde como acordava o teu brilho a qualquer hora. A última coisa que me disseste foi
- gosto de ti
e eu gostei que gostasses de mim. Não senti no teu tom um adeus. Sempre vi o teu sorriso como fuga para o problema. Sempre acreditei. Sempre tive presente que o sol aí estaria para ti. Tantas portas abertas quando outras se fecham… Estive contigo até sem grande quantidade de palavras. Medi-as, tirei-lhes o peso e usei só as que achei que precisavas. Tu nem precisavas, ias ficar bem de qualquer forma.
Não ficaste. Ou talvez tenhas ficado.
Agora, aí longe, estás tão longe de nós.
Sabes… esta noite deixei a minha janela aberta. Deixei entrar o luar que já não marcava presença no meu quarto havia bastante tempo. Durante segundo, minutos ou horas, não sei, fiquei ali a olhar o céu. Na esperança que entrasses e viesses dizer
- adeus
Tu não eras disso. Ainda assim, pensei que esta noite fosses disso. Mas eu… sou assim. Optimista.
- não notam que falta alguém?
Fecho os olhos. Abraço-te. Beijo-te. Abraço-te outra vez. Passam na minha cabeça vozes de momentos em que tu ou o teu nome estiveram. Ainda não foste, eu sei-o. Ainda não sinto a tua ausência. Abraço-te.
Não sei por mais quantos dias deixarei a minha janela aberta. Só o toque do mar ou do luar me podem agora sarar a ferida que já sai dos olhos e chega ao canto dos lábios. As lágrimas abriram-me um rasto pelo rosto, tornando-me o sorriso num esgar ácido. Não era isso que querias, eu sei. Um homem também chora. Desculpa-me. Prometo que depois compenso com a minha alegria habitual. Primeiro preciso desse medicamento poderoso a que chamam tempo e dessas aspirinas a que chamam amigos. Talvez nem seja preciso mais do que uma ida ao hospital.
Uma das últimas coisas que te disse:
“O pior mal que podes fazer é ignorar tudo, aí sim estás a fazer mal ao que te rodeia. O nosso comportamento na vida é como numa multidão. Há os que procuram, os que não procuram e encontram, os que procuram e encontram, os que são encontrados e os que só andam aos encontrões. Tu é que escolhes qual deles és”.
- vem vento, vem
Leva-me contigo. Torna-me tão leve como aquele pombo que vejo lá fora, na praça. Só por uns momentos. Só por uns momentos. Talvez gritasse lá de cima (se de tal os pássaros forem capazes)
- não notam a falta de alguém?
Tu não quererias que notassem. Seis biliões de pessoas no mundo menos uma é igual a seis biliões. Matemática pura e simples, podem confirmar na calculadora. Para mim a conta é diferente. Um menos um igual a zero. Matemática pura e simples, podem confirmar numa calculadora.
Perdeste a oportunidade de viver, Miguel. Viveste ao máximo enquanto não a deixaste fugir. Especulo sobre se foste tu que a deixaste escapar ou ela que te deixou fugir.
Está sol lá fora. Calor. Suor. Incómodo.
- levaste um pedaço de todos nós, sabias?
Apesar disso, não te foste também. Deixaste um pouco de ti em cada pessoa que tocaste. O meu pedaço (de ti) está aqui, bem guardadinho, não te preocupes. Obrigado irmão.
E se me perguntasses agora
- kulunaté vá…?
- chirimaia, mano. Chirimaia…

Aloha Miguel!
CARPE DIEM
DIOGO DA SILVA

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Carbon Silicon - The News

People started caring about what they eat
And people started smiling at everyone they meet
And people started looking for good instead of bad
Realize what they could lose in what they always had

People started growing, instead of being crushed
And people started slowing down instead of being rushed
And people started looking with very different eyes
And this information now comes as a surprise

Good morning here's the news and all of it is good
Good evening here's the news and all of it is good
And the weather's good!

People started calling those in power to account
And people started saying, "I want my voice to count"
And people started learning that they don't need to fight
And they control their future and try to make it right

And people started feeling that better's on the way
And people started feeling some peace and calm today
And people started liking the way that good life feels
And every precious moment becoming what is real

Good morning here's the news and all of it is good
Good evening here's the news and all of it is good
And the weather's good!

People started caring about what they eat
And people started smiling at everyone they meet
And people started looking for good instead of bad
Realize what they could lose in what they always had

People started growing, instead of being crushed
And people started slowing down instead of being rushed
And people started looking with very different eyes
And this information now comes as a surprise

Good morning here's the news and all of it is good
Good evening here's the news and all of it is good
And the weather's good!

Good morning here's the news and all of it is good
Good evening here's the news and all of it is good
And the weather's good!


Para MIGUEL DUARTE BELEZA VALÉRIO. (L)

terça-feira, 27 de abril de 2010

SUMOL SURF CAMP 2010





... o SUMOL SURF CAMP!

Será um evento a realizar-se na Ericeira nos dias 24,25,26 e 27 de Junho!
4 dias de surf com professores credenciados pela FPS (Federação Portuguesa de Surf).

[mais a baixo está descrito tudo o que este evento inclui]

SUMOL & Megafinalistas escreveu:
À semelhança do que aconteceu o ano passado, o nosso Surf Camp estará inserido no melhor festival reaggae do Verão, o Sumol Summer Fest, e que este ano contará com grandes artistas tais como: MARCELO D2, GROUNDATION, GENTLEMAN, MATISYAHU, TERRAKOTA, QUAISS KITIR, MATTHIAS TANZMANN e MARCELINHO DA LUA, entre muitos outros.

O programa do Sumol Surf Camp inclui o seguinte:

· 4 dias de curso de surf
· 4 dias de aluguer de equipamento de surf
· 3 noites de camping no Ericeira Camping na zona exclusiva Sumol (tenda já incluída)
· Bilhete para os 2 dias do Sumol Summer Fest
· Transferes Camp – Praia – Camp
· Zona Beach Lounge Sumol
· Beach Games (Touch Rugby, Beach Volley…)
· Professores credenciados pela FPS
· Acompanhamento e coordenação por monitores Megafinalistas
· Dvd com filme e fotografias
· Seguro
· Vigilância 24 horas no Camping Sumol


PREÇO: 149euros.
Para os que já possuem o seu próprio material e não precisam de aulas sofrem um desconto de 50€ ficando assim o SURF CAMP por apenas 99€.

SUPLEMENTOS E DESCONTOS:
*Pensão Completa (+50€)
*Seguro Opcional da FPS (+10€)
*Sem Curso e equipamento (-50€)




Para mais informações e/ou inscrições visitem o site: http://www.sumolsurfcamp.pt.tl ou perguntem aqui no tópico que eu terei todo o gosto em ajudar a esclarecer qualquer duvida!


terça-feira, 20 de abril de 2010

Caro Duke Kahanamoku...

Caro Duke Kahanamoku,

Não sei bem por onde começar, nem sei se o devia fazer... é um desafio muito grande para alguém tão pequeno como eu.
Tenho tanto a agradecer-lhe que me limito a agradecer o simples facto de ter existido.
Não! Nem os meus pequenos monólogos, com os sentidos mais apurados ou com os adjectivos mais poderosos que encontrar... nunca vou conseguir escrever nada que se compare ao que tanto quero engrandecer.
Poderia agradecer à Natureza pelas ondas, pelo vento...
Por me deixar cresces com olhos de ver, com pernas para me meter em pé, com mãos e braços...
Por me deixar sentir todos os pormenores, desde a remada até à mais complicada manobra que consigo fazer…
Por tudo isto e muito mais, podia agradecer-lhe.
Mas se agradecer e engrandecer tudo isto, o que faço eu a quem apresentou o surf ao mundo?
A quem apresentou a melhor forma de desfrutar desses presentes dados pela Natureza?
Quem soube dar, da melhor forma, uso aos braços, às pernas e aos olhos?
Mas, para agravar a situação, alguém não se limitou a fazer apenas isso, e criou algo que hoje é a vida de muitos comuns como eu.
Mostrou, de uma forma tão clara que até os mais cegos, não conseguem não ver… um modo de vida, uma arte, um cheiro, uma cor, uma cultura.
A esta hora, em qualquer parte do mundo, estaram mais uns tolos a tentar (de uma maneira ou outra) escrever-lhe a agradecer, tal como eu.
Tolos! Mas tentem, tentem…!
Tu (e agora dou-me ao luxo de te tratar por ‘tu’, para criar aqui uma certa empatia ;)) crias-te um outro mundo com uma nova filosofia, deste o que homens novos precisavam para construir uma nova humanidade.


A maior parte dos habitantes deste pequeno (grande) planeta azul, passam as suas vidas afastados da água, das ondas, do oceano.
Nós, aprendemos uma nova forma de nos movimentarmos e por mais estranho que pareça, preferimos o mar à terra e a prancha ao carro, o cheiro da maresia ao perfume chanel, as madrugadas na praia às noitadas na LUX, a espera por uma onda à espera na fila de cinema (mesmo que o momento pelo qual estamos a esperar tenha uma duração inferior, e secalhar, até é semelhante ao ultimo).
Para alem disso, esperamos por algo que não temos a garantia que venha, aquela onda perfeita pode não aparecer.
No entanto, quando saímos da agua, estamos apaixonados por ela, mesmo que nunca a tenhamos visto, sonhamos e deliramos com ela, todos os dias.
Este movimento é um bocado estranho, admito.
Eu, por exemplo, pareço uma ‘maluquinha’ que arranja mil e uma escapadinhas para agarrar no seu melhor amigo (o fato isotérmico), ligar ao seu vulto de estimação (neste caso, é o Diogo) e meter-se dentro de agua.
Quando dou por mim, lá estou eu a encher o meu quarto com conchas e fotografias de surf, secalhar, para me tentar aproximar mais do meu habitat natural.
Por isso, o surf é mais que um desporto.
É uma forma de estar, pensar e agir.
O mar, sem nos apercebermos bem disso, dá-nos lições que fazemos transparecer no dia-a-dia.
Tenho tanto respeito a ele, como aos meus pais e avós (mal comparadamente), porque também ele me ‘criou’ e educou.

Sem ele, de certo que não seria como sou hoje.
O surf transporta-me para o meu ‘estado zen’, faz-me sentir equilibrada.
Por pior que seja a situação, por favor, deixem-me ir surfar! Depois de surfar, estarei pronta para vos dar as respostas e encarar os problemas ‘tete a tete'.
No momento em que o meu corpo se ergue bem assente na prancha, quando nada me importa a não ser aquele segundo, o ‘agora’, o ‘já’… é nesse momento que encontro as respostas para o depois, para o que vai ser…

Bem, acho mesmo que os surfistas deviam adoptar uma bandeira e assumirem-se como ‘marginais’.

Hasta. Obrigada.

PS: que texto tão infantil…! ;)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

RipCurl Pro Search 2010


Depois de Peniche, chega a hora de Porto Rico receber a mais carismática prova do Dream Tour.Esperamos por ondas boas como tem sido normal nestas provas e que Tiago possa repetir o resultado de 2008.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

(conversas na água)

Sá - Sóó… mó sóuzaum!
Conde - Podicrêê...
Carol - Pó de crê!? Curto muito aeee...
Lucas - Iiiissaaaaa! Rabinar!

Como diferenciar um surfista de um reggaero?

"Não é algo fácil. São necessários vários anos de experiência para poder fazer essa diferenciação. O teste de DNA é o meio mais fácil de identificá-los. A diferença sangüínea entre o surfista e o reggaero está no jeito em que as células se movem. As células sangüíneas dos surfistas se mostram paradonas, deixando que o plasma as carreguem. As células sangüíneas dos reggaeros são um pouco mais ativas, mas a diferença é mínima, sendo percebida apenas por cientistas ninjas. Vale lembrar que nas células sangüíneas do reggaero o pouco movimento realizado é no ritmo daquela batidinha clichê de "No Woman, No Cry", que, por coincidência ou não, é a batida de qualquer Reggae.

Externamente, as diferenças são extremamente pequenas e minuciosas e às vezes nos pregam peças, pois muitos surfistas têm contato com reggaeros, o que faz com que as espécies misturadas criem uma nova espécie. Essa espécie é estéril, sendo uma mistura genética dos reggaeros com os surfistas, ou seja, meio-a-meio (Tico e Teco).

Uma técnica pouco convencional de diferenciar as espécies é reparar nas cores das vestimentas. Os reggaeros usam apenas as cores de um semáforo (verde, amarelo, vermelho e preto) enquanto os surfistas fazem um carnaval de cores em suas roupas. Mas é fato que nem sempre o florido é um surfista e o semáforo é o reggaeros. Vale salientar que os reggaeros seguram o baseado com dois dedos, enquanto os surfistas o seguram com três."

(ah ah ah ah ah)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Surfistas Contra Aquecimento Global

Se os melhores surfistas do mundo, onde se inclui o português Tiago "Saca" Pires, se uniram contra o aquecimento global, o que esperas?

A Surfrider Foundation lançou o apelo a todos os surfistas do mundo para se unirem contra o Aquecimento Global do planeta, o que, entre inúmeras consequências, trará também o desaparecimento de corais, subida das águas e, consequentemente, desaparecimento de várias ondas pelo mundo inteiro.

Os melhores do mundo, o top 44, foram os primeiros a dar a cara por esta causa e a pedir a tua ajuda. Para tal só tens de ir a este site e assinar a petição. Mais simples que isto é impossível. Este é um daqueles pequenos passos que podes dar para contribuir para o melhor futuro dos teus filhos, netos e bisnetos. O que esperas?


Vê o video em: http://www.onfiresurfmag.com/DesktopModules/UltraVideoGallery/UltraVideoGallery.swf?vId=66&portalId=0

Ajuda-nos a proteger um dos últimos refúgios da vida marinha do planeta!

"Assina a petição aos supermercados para pôr fim à comercialização de espécies de peixe de profundidade.

Os habitats do mar profundo alojam criaturas misteriosas, frágeis e de crescimento extremamente lento. Escandalosamente, fora do nosso alcance físico e visual, navios de pesca industrial de meia dúzia de países, entre eles Portugal, estão a destruir a uma velocidade estonteante estes oásis das profundezas, por um retorno económico irrisório a nível global.

A pesca de profundidade é uma actividade inerentemente destrutiva, insustentável e ainda ineficiente. Muitas das espécies capturadas nem são utilizadas para consumo e são devolvidas ao mar já sem vida ou moribundas, enquanto os seus habitats foram irremediavelmente danificados pelo equipamento usado.

Pede aos supermercados classificados a vermelho no 2º Ranking da Greenpeace que assumam as suas responsabilidades e garantam que não vendem espécies capturadas a grande profundidade em alto mar. "

ATENÇÃO, PARTICIPA EM: http://www.greenpeace.org/portugal/participa/proteger-o-fundo-do-mar

Cimeira Climática de Copenhaga: o futuro ácido dos oceanos

Oceanos: vítimas do aquecimento global
A aceleração da acidificação dos oceanos é sustentada como uma consequência directa da absorção de níveis cada vez mais elevados de CO2. Para Dan Laffoley, editor-chefe do relatório e um dos directores do IUCN, o “processo de acidificação dos oceanos pode ser melhor descrito como o irmão gémeo maléfico do aquecimento global”.

Dado que a acidificação dos oceanos é um evento mensurável e de fácil identificação, o estudo pretende desarmar os cépticos do aquecimento global e reforçar a importância dos oceanos no processo de negociações sobre clima.

Os oceanos sempre foram responsáveis pela absorção de grande parte do CO2 existente na atmosfera. No entanto, o boom de emissões que tomou lugar nas últimas décadas e a absorção de quantidades excessivas deste elemento, estão não só a comprometer a capacidade dos oceanos de absorver CO2 no futuro, como também a contribuir para a decadência da biodiversidade marinha.

Salvar os oceanos!
Apesar das previsões catastróficas para a vida dos oceanos, consequentes do processo de acidificação acelerado actual, as práticas destrutivas de pesca e a sobrepesca continuam a ser reconhecidas como a maior ameaça à biodiversidade dos ecossistemas marinhos globais.

Portugal é uma nação de pesca por excelência e está numa posição privilegiada para assumir liderança na preservação e exploração sustentável dos oceanos do Planeta. A Greenpeace está em Portugal a fazer campanha para que as grandes superfícies, responsáveis por 70% do peixe que se vende em Portugal, assumam um papel relevante na protecção dos oceanos.

Vamos lá...!






Parabens!

CONTINUA, CAROL!
C.S.A.

Aos seguidores...

ESTAMOS DE VOLTA!

Arctic Surf Film

Porque te levantas? Pelo Epirito.

Porque te levantas?
Eu? Pelo Espirito.

Tuff. Tuff. Pedra. Tuff. Concha. Tuff. Pau.

Que temperatura está?
Estão menos três graus.
Então, porque te levantas?
Eu? Pelo Espirito.

Tuff. Tuff. Pau. Tuff. Pedra. Tuff. Concha.

São seis horas da manhã.

Frio. Sinto frio. Mas não por inteiro.
Tenho o coração quente.
Sinto-o, o frio, nas pestanas, nos pés e nas mãos.
Sinto-o, o quente, nos braços, nas pernas e no peito.
Para ser sincera, agora, perante esta tão bonita paisagem, não sinto nada...
Não é que não sinta o frio e o quente, o vento da marezia e o frio da madrugada...
Não é que não sinta a terra a dormir, porque, a esta hora, consigo ouvir os outros a respirar em pleno sono: Inspira, expira, inspira, expira. Sonha.
Gosto de estar aqui, de pés na areia, a tentar adivinhar se alguma das pessoas que dorme para lá dos estores fechados, leva a mesma vida que eu... saber se são parecidos comigo...

Tenho fome. Neste momento, nenhum deles está com fome.
Na verdade, nenhum deles tem coisa alguma...
Não têm porque dormem.
Eu, estou acordada.
Estou acordada e estou aqui.
Não vejo mais ninguem para alem de mim, que de facto, tambem não vejo.
Mas vejo a minha prancha, espetada na areia.

Não está mais ninguem.
Por isso, não levam a vida que eu levo, nem são parecidos comigo.

Afinal o que não sentes tu?
Não sinto emoções. Acho que morri...

Quando estou aqui, em frente ao mar, que tanto respeito... sinto-me pequena. Parece que não existo.
Mas é neste momento, que me encontro a mim mesma.

Não sei o que me deu! Estou a correr... estou a correr contra o mar como se fosse meu inimigo e eu o estivesse a atacar.
Com a prancha debaixo do braço e passos largos... os pés começam sentir a agua antes de tudo o resto...

Mergulho agarrada à prancha por baixo da onda e... AFINAL, ESTOU VIVA!
Nunca estive tão viva antes.
É neste momento em que um dos seres mais pequenos do planeta, se envolve num momento grandioso e poderoso, é no momento em que não me sinto apenas eu, mas sim, mar tambem.
É quando a onda vem com força para me meter em pé, quando dançamos juntas, que sei porque me levantei tão cedo.
Porque gosto de estar aqui, porque é que não me importa o frio, o vento ou a chuva, o porquê desta "obcessão", o porquê deste vicio...

... é PELO ESPIRITO!


(Decidi partilhar com voces, este texto que escrevi depois da surfada de hoje.
Porque acho que o que todos temos em comum, neste forum, é o Espirito.
Este, que só nós, surfistas, conhecemos.
Escrevi o texto porque me perguntam muitas vezes porque é que me levanto tão cedo para surfar ao fim de semana, por exemplo... e eu, a unica coisa que sei reponder, é isto.
Quem leu, obrigado por ter lido...)

Escrito a ouvir: Echo Movement - Red Sunday


Por: Carol.

BANZAI!! - Ah vai lá vai...

"Ah vai lá vai" - É o que eu vou dizer aos meus brothers se Pipeline estiver a quebrar com 10 pés... ou não!

No já longínquo ano de 1986 uma das minhas maneiras preferidas de passar as tardes era abancar no sofá da sala, isto quando não estava a surfar ou doido atrás das pitas. Punha à minha frente 1lt. de leite com chocolate da Ucal, uma caixa de bolachas recheadas com limão e toca de ver televisão. Entre um episódio ou outro do verão azul e do sitio do picapau amarelo , no VHS passava vezes sem conta (até gastar a fita) um filme de surf. O filme de surf!

Era o único filme de surf que tinha na altura. O "Free Ride" cujas estrelas eram o Mark Richards, o Shaun Tompson, o Michael Ho e o Wayne Rabbit entre outros que não me lembro. Esta pérola foi filmada maioritariamente no Havaí, e quem já o viu lembra-se certamente das tubaças do Shaun em off-the-wall capazes de deixar qualquer um hipnotizado enquanto aquela cortina azul clarinha envolvia o surfista montado na sua prancha Instinct com fundo e rails azuis.

"Que loucura, um dia gostava de apanhar umas destas", pensava eu com os meus botões. Um sonho, um legítimo sonho de criança como qualquer outro. O tempo foi passando, a vida dá as voltas que dá. Mesmo babando-me ao melhor estilo Homer Simpson, de cada vez que via ondas havaianas, confesso que nunca parei para pensar devidamente em como tornar o sonho realidade. Até agora!

Por uma feliz coincidência de factores, por ter companhia de pessoas que muito prezo e admiro, por não estar a ir para mais novo, por a parceria com a entidade patronal patrocinar ou apenas porque me apetece e porque posso!

Por estas razões todas e mais algumas, a decisão está tomada. O sonho de criança começa a realizar-se já na próxima semana.

Vão ser 3 semanas de puro stoke, surf em água quente (confesso que é viciante) e em ondas de todos os tipos. Vão ser 3 semanas para aprender, delirar e contemplar. Nesta surftrip vou fazer questão de absorver toda uma cultura que gira à volta do surf, ou este destino não fosse a Meca, o berço, e mais não é preciso dizer.

No regresso ainda passamos uns dia na sempre interessante Califórnia, quem sabe com um pulinho ao México, para nos irmos ambientando a águas mais fresquinhas.

Num documentário que vi recentemente sobre o Pipemasters, dizia o Wayne Rabbit que do ponto de vista do surfista "só se é homem depois de se ir ao Havaí". Ora como não tenho dúvidas quanto ao meu género, uma coisa tenho certeza: porque viajar alimenta-nos a alma, quando voltar do Havaí não só serei melhor surfista como melhor homem!!

Mahalo

PS: Agradeço a quem por lá já andou (Havaí/Califórnia) todas as dicas que acharem úteis.


Em: http://www.atitude-surf.com/modules.php?name=Forums&file=viewtopic&t=9970

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A Retrospectiva...

Transmitir hoje o que foram os primordios do surf em Portugal não é tarefa simples.
Tudo está demasiado diferente do que foi...
A diferença resulta de muitos factores que, com o passar dos anos e o suceder das gerações, foram modificando práticas e atitudes, cujo pleno significado, por vezes, só se compreende no respectivo tempo histórico.
O contexto é determinante para a compreensão.
Os pioneiros do surf viveram uma realidade sem correspondência alguma nos dias de hoje. O surf era algo desconhecido, o cidadão comum não fazia ideia do que tal fosse, e aqueles que sabiam julgavam-no impossivel de praticar em Portugal.
As praias de surf tinham de ser descobertas com todo o perigo e risco que lhes era inerente, o material ou não existia ou era escasso. Improvisar era uma condição, e a solidão uma constante, fazendo crescer o perigo para os que se aventuravam no mar desconhecido, com material inadequado. A falta de experiência e a inexistência de gerações anteriores que transmitissem o saber, que ensinassem pelo exemplo, impunham um constante salto no desconhecido.
O surf, ao contrario do que hoje sucede, ia-se "inventando".
Tudo isso conferia à prática uma aura peculiar que oscilava entre a estranheza e a pura novidade.
A sensação que se tinha ao fazer surf naquela época era a de aventura, de risco sem rede.
Daí que a maior recompensa consistisse em tirar o maior prazer possivel daquela situação repleta de dificuldades que se revelava e perpetuava na descoberta e na parrilha de um oceano distribuido por um extenso rol de praias por desbravar.
Com o tempo, a novidade, a carência de condições e as dificuldades foram sendo ultrapassadas. Os anos foram passando, as gerações foram-se sucedendo e, a pouco e pouco, a memória daquela fase inicial do surf português já só persiste no espírito de quem a viveu. (Assim se justifica a dificuldade que os mais recentes surfistas têm de explicar e imaginar as sensações do antigamente.)
Dos inicios até hoje, houve diversas gerações, e cada uma delas pode recordar a sua historia particular-
Creio que, grosso modo, a primeira geração acaba em Abril de 1974, pois as diferenças entre o antes e o depois daquela data são demasiado evidentes na realidade do surf nacional.
O panorama da prática da modalidade, as pessoas, o material, o espírito do surf sofreu então uma viragem, proporcionando aos surfers do pós-1974 uma postura desconhecida dos seus predecessores.
Com o 1º Campeonato nacional de 1977, dar-se-ia outro momento-chave no surf nacional. A abertura do surf ao grande publico opera-se a partir desta data e na sequência dos campeonatos que se lhe seguiram.
Necessariamente, a postura dos praticantes, cada vez em maior numero, tambem se alterou; acompetição marca e modifica, para bem e para mal, as gerações de então.
Nos anos de 1980 o negocio do surf em Portugal ganha plena realidade.
A faceta economica vem, então, determinar interesses e (re)configurar, de novo, a realidade do surf nacional.
Nos finais da década de 80, o surf português já nada tinha a ver com o que era praticado pelos precursores de 70. Não eram só as linhas classicas desenhadas nas paredes das ondas pelos pioneiros do surf que tinha desaparecido. Perdera-se tambem toda a postura do surf soul, tal como fora vivida, e o seu sucedâneo só lhe conservou o nome.
A década de 90 conhece um grande aumento da população surfista, dando-se um novo incremento a nivel da competição, a que acresce um significadtivo peso do factor economico - dimensão que em 80 apenas se esboçava.
Chegados a 2000, as escolas de surf proliferam, potenciando o surf de um modo absolutamente novo. A par disso, emerge na modalidade uma imagem associada á moda, com a competição a produzir idolos pagos pelas marcas comerciais.
Trinta anos volvidos sobre um campeonato nacional, e pela primeira vez na historia do surf nacional, um português, Tiago Pires, alcança o patamar superior no surf mundial, outro marco na historia lusa da modalidade. E, mais uma vez, o tempo, com as novas gerações, há-de moldar e incessantemente reconfigurar a historia do surf nacional.
Longe do que ficará para a historia do surf em Portugal, fica no "corredor das ondas" a memoria da brisa quando se desce a parede da onda, a adrenalina de remar, bem a pique, para o topo de vagas grandes, para depois continuar persistentemente a remar, bem para o fundo, no dorso da onda, o encantamento e o roar de um tubo, a sensação de liberdade naquelas surfadas em que não é necessario disputar ondas, a descoberta de ondas perfeitas, uma após outra...


Only a surfer knows the feeling!
Hasta.
Carol.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O que levou Peniche a ser escolhida para o WT‏?

Durante o Pro Search de Peniche coube-me a tarefa de fazer lobby junto de quem teria capacidade de decisão para tornar o campeonato um etapa definitiva do WT. Como devem calcular fiquei extremamente contente ao ouvir a declaração do Brodie Carr, CEO da ASP sobre incluir Peniche no calendário de 2010, o que quer dizer que o trabalho compensou e deu frutos!!!

Lembro-me de no último dia ter andado às voltas do pessoal da ASP, da RipCurl e dos patrocinadores para conseguir entender para que lado finalmente tendia a balança.
A minha conclusão final foi que, se “racionalmente” a prova não tinha sido o êxito esperado, “emocionalmente” tinha arrebatado até os mais cépticos. O regresso da prova iria apenas depender da forma como a decisão ia ser tomada: racional e baseada em factos, à boa maneira das grandes multinacionais ou emocional (como aparentemente acabou por ser)?

Para entenderem a importância deste dilema têm de pensar na forma como decisões deste tipo são tomadas; numa entrevista de trabalho, por exemplo o entrevistador toma uma decisão emocional nos primeiros minutos depois de conhecer o candidato, ou gosta dele ou não. Depois, o resto da entrevista é passada a comprovar racionalmente a sua decisão emocional. Outro exemplo é quando uma empresa contrata consultores para suportar racionalmente decisões tomadas emocionalmente ou por instinto.
Com o Pro Search de Peniche aconteceu algo equivalente: felizmente, apesar da qualidade das condições em Peniche terem sido marginais relativamente ao esperado numa prova do WT, as pessoas gostaram tanto de tudo o resto que decidiram pegar nas boas memórias e justificar o regresso da prova à terra que melhor os tratou no circuito.

A quem lhe interesse, vou explicar um pouco o que, do meu ponto de vista levou a esta decisão (as opiniões não são minhas, mas reflectem o que eu ouvi e li). Entre muitos falei com, o ex-ministro Manuel Pinho (o seu apoio foi crítico), o presidente da Câmara e resto do pessoal da Câmara, CEO e outro pessoal da ASP, júris e comentadores da prova, organizadores da RipCurl, CEO e fundador da RipCurl, fundadores do conceito ProSearch, treinadores e surfistas, muitos jornalistas nacionais e internacionais, GNR e protecção civil, Turismo, patrocinadores...

OS PONTOS NEGATIVOS:
– Supertubos VS. Mundaka
- em duas semanas de campeonato, Supertubos apenas funcionou 2 vezes e apenas no dia 9! Criticava-se Mundaka, mas nisso Supertubos foi marginalmente melhor (felizmente que houve um dia que valeu por vários). Não ficou provado que Supertubos é melhor que Mundaka, ficou sim provado que Peniche tem mais e melhores opções alternativas.
– A instabilidade das condições – Decidir começar o campeonato num lugar e a ½ do dia outro (que até era a opção A) nas nossas costas ficar épico é muito chato. Ter muitos picos é bom, mas a organização queixou-se que Peniche foi um exagero (o Pacifico e o Indico são mais estáveis em ondas, e mais perto do equador os ventos são mais previsíveis e constantes); em Peniche o vento rondava a rosa dos ventos 2 vezes ao dia e as ondas raramente se mantiveram equivalentes 2 dias seguidos. A organização reconhece que terão de se adaptar à realidade Europeia se quiserem oferecer um bom espectáculo neste pequeno lago chamado Atlântico.
– Foram 4 os picos utilizados (demasiados) - a organização não está habituada, nem preparada para andar sempre de um lado para o outro e foi isso que constantemente aconteceu. Isso colocou muita pressão na organização que reconhece que algumas más decisões prejudicaram o espectáculo e os competidores. A flexibilidade oferecida por terem o material em camiões todo-terreno foi abusada e mudar tudo de pico leva à volta de 4 horas. É preferível assentar arraiais num lugar durante as 2 semanas e talvez mover 1 ou 2 vezes para outro spot em casos EXCEPCIONAIS. O Pico da Mota (pico C), mal preparado, acabou por ser o mais utilizado.

OS PONTOS POSITIVOS:
- Patrocinadores e cobertura mediática – Pode ser o melhore lugar do mundo com as ondas mais perfeitas e constantes, mas sem paparoca não há festa. O Turismo de Portugal, a TMN, a Buondi, a Seat foram vitais e se o campeonato volta, é porque os patrocinadores viram algum retorno e decidiram apostar no evento mais uma vez. A enorme cobertura mediática (ajudada pelos milhares de pessoas, pela destruição do site e da sessão de tow-in e porque o surf é um desporto de grande beleza), foi também extremamente importante, porque no fundo, os patrocinadores querem um retorno visível para a sua paparoca. A RipCurl só se compromete com uma licença se conseguir assegurar patrocínios por, pelo menos, 3 anos seguidos. Aparentemente isso foi conseguido para Portugal.
- Segurança – os últimos Pro Search não foram propriamente exemplares em segurança. Contaram-me que em Bali nunca dormiram descansados por causa dos terroristas, Chile não é propriamente um dos lugares mais seguros, e mesmo no País Basco, o risco de uma explosão ou rapto não é de omitir. Em Peniche o máximo que pode acontecer é cair-te uma arriba em cima (não sei como isso não aconteceu no Pico da Mota).
- Espectáculo – a organização confessou que o famoso dia de Supertubos e a energia demonstrada pelos espectadores, foi do melhor que encontraram em todo o tour!! Sabia-se que Portugal era uma potencia do surf em crescimento, mas ninguém estava preparado para a loucura que encontraram.
- Simpatia das pessoas e tudo o resto que Portugal e Peniche têm para oferecer a qualquer visitante: bons hotéis, boa comida (felizmente que a época da sardinha foi excelente e durou mais que o normal), bom vinho etc etc. O tour é muito cansativo para os participantes, e poderem sentir-se em casa é algo eles dão muito valor. Pode parecer um estilo de vida muito exótico, mas quase todos se queixaram da pressão que isso punha nas suas vidas.

O Brodie tinha-me dito que o que queria era conseguir manter as 3 provas na Europa e não acabar com nenhuma. Aparentemente, apesar de Mundaka não constar do Tour de 2010, também não foi posto de parte para os anos seguintes.

In a nutshell, espero ter ajudado a entender o que se move por trás da decisão de organizar uma etapa do World Tour.


Obrigado Manuel!
Esperamos mais destes!